Escolas fechadas, vidas preservadas Suelen Aires Gonçalves
Socióloga e professora universitáriastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Nesta coluna semanal, trago uma preocupação que atinge a todas e todos. Estamos em meio a uma pandemia internacional da Covid-19 , com enormes impactos na vida humana na terra. Os dados internacionais chegam a números de infectados na casa de 38.195.651 pessoas em todo o planeta desde o início do surto, em janeiro. A Covid-19 também causou as mortes de 1.087.343 pessoas vítimas da doença no mundo. No Brasil, chegamos a casa de 5.113.628 de infectados e 150.998 vítimas da doença. No Rio Grande do Sul, contamos com 214.970 infectados e 5.167 vítimas fatais. Mesmo com esse cenário desolador o senhor governador Eduardo Leite (PSDB) insiste no tema da volta às aulas no Estado.
Segundo informações repassadas para os veículos de imprensa, o governador Eduardo Leite vai apresentar nesta quarta-feira (14), em um processo online de transmissão do Palácio Piratini um plano de retorno às aulas com detalhamento , cronograma e protocolos para o retorno às aulas da rede pública estadual do Rio Grande do Sul. Ele alega que existe tal possibilidade e que o retorno concorrerá com orientações.
PROJETO GENOCIDA
O que o caro governador não compreende é que estamos em meio a uma pandemia. Em inúmeros países estamos verificando uma segunda onda de contaminações e que as condições sanitárias, de pessoal e de segurança para nossa comunidade escolar não proporcionam um retorno dentro dos marcos necessários em meio a uma pandemia ainda sem cura e sem vacina.
A visão neoliberal e de mercado aplicada pelo governo é míope. Ele apresenta a Educação como uma atividade essencial, mas como tratar de tal forma com escolas precarizadas que foram sucateadas ao longo dos governos como o de José Ivo e o atual? Quantas escolas fechadas no último período histórico e com alocação de alunos e professores para outras escolas?
O quadro de funcionários e de professores tem condições para o retorno às aulas? A humanidade do quadro de funcionários/professores/alunos(as) é menor que a o nobre governador que apresenta sua proposta de forma a seguir os protocolos de saúde e transmitir pelas redes suas decisões? E o senhor não se expõe ao vírus, mas o povo pode?
O projeto genocida toma diferentes faces, a do governo do Estado do Rio Grande do Sul para com as vidas dos gaúchos e gaúchas é essa. Não há espaço para o diálogo com a comunidade escolar por parte do governo e vende uma falsa segurança sanitária que não existe, observar o cenário local, nacional e internacional é necessário, caro governador. Por isso, reafirmamos: escolas fechadas e vidas preservadas.
Salvem as crianças Silvana Maldaner
Editora de revistastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">A infância é a fase mais linda, mágica e o alicerce para o desenvolvimento de uma vida plena e feliz. Criança não sensualiza, não namora e não faz sexo. Nem de brincadeira.
A violência infantil não se refere apenas aos maus tratos físicos. Os danos psicológicos causados por uma distorção da realidade, da erotização precoce, do subliminar da violência, dos princípios básicos da vida serem subestimados como respeito aos pais, aos mais velhos e aos professores são imensuráveis. A constante guerra psicológica entre pais desiquilibrados que transformam seus filhos em conselheiros e terapeutas descarregando toda a sua angustia, frustração e medo do mundo, bloqueiam e criam crenças limitantes para toda vida. A criança aprende pelo exemplo, pela repetição. A violência doméstica se repete na vida adulta.
O tempo de exposição na frente da TV, tablets e celulares passou longe dos limites recomendados pelos pedagogos, médicos oftalmologistas e psiquiatras. Agora além das aulas online, as crianças e adolescentes ficam trancados nos quartos vendo seriados estúpidos, youtubers que ensinam imbecilidades e jogos viciantes.
Um caso popular é o Felipe Neto. Milhares de seguidores nas redes sociais, no You Tube, nos jogos e uma infinidade de produtos vendidos como camisetas, bonecos e muito mais. Seus livros que teoricamente seriam infantis, possuem games interativos entre crianças de 10 anos tipo: quem mataria, com quem faria sexo ou com quem casaria. Muitos dos seus vídeos engraçados incluem banalização do sexo e que as crianças precisam quebrar barreiras impostas pelos pais opressores. Devido a sua grande popularidade, foi o primeiro youtuber brasileiro a ser entrevistado pelo New York Times. Participou de um bate papo especial nada menos que o todo poderoso, ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso. E pasmem, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, convidou Felipe Neto para um debate em defesa da liberdade de expressão, e participação do grupo na criação de um instituto para atuar na educação e na conscientização de boas práticas no uso da internet no Brasil. Hello???
Segundo o próprio presidente nacional da OAB, o propósito é agregar olhares disruptivos e críticos da juventude. Influenciar crianças a fazerem provas idiotas, maratonas na madrugada, viver sem regras, promover a libertinagem e banalizar a pedofilia é muito mais que disruptivo. O que estão fazendo e transformando as crianças é tão assustador que receio num futuro bem próximo, terão dificuldades de raciocínio lógico, provas básicas de psicomotricidade e convivência social. Simplesmente correr, pular e ralar o joelho será algo inimaginável, pois a sedução da internet começa já aos 2 anos, quando os pais dão um celular para o bebê ficar quieto.PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner